segunda-feira, 23 de março de 2009

A Literatura Contemporânea Sob Uma Lógica Mercadológica

A literatura de massa por sua finalidade quase que exclusivamente mercadológica em detrimento de certos padrões estéticos ditos cultos como polidez da linguagem; penetração psicológica; estilo etc. O artista que se encontra engajado neste contexto, abdica da essência da arte; pois abre mão da qualidade e da criatividade da expressão artística para se enquadrar dentro da realidade da sociedade de consumo. Portanto, pode-se afirmar que neste caso a obra de arte converte-se numa mercadoria, cujo principal objetivo não é qualidade em si, mas a viabilidade comercial do produto; Adorno afirma que o homem, por outro lado, deixou de ser sujeito para se tornar objeto.

Este tipo de expressão artística teve como marco principal o folhetim, século XIX e tinha como principal propósito dinamizar e/ou aumentar a vendagem dos jornais. Naquele período, já era perceptível o espectro da indústria cultural, pois o romance-folhetim não teria surgido sem a revolução industrial nem sem o novo padrão de vida existente a partir daí nas grandes cidades.

Os best sellers são obras de arte fortemente atreladas à industria cultural. Para que esses tenham êxito, são elaborados alguns mecanismos ou até mesmo receitas para ser bem aceito no mercado. É comum utilizar-se dum discurso narrativo de tom aventuroso e sentimental para atrair os leitores pouco críticos e interessados apenas no enredo da obra. Porém se fizermos uma análise mais meticulosa, descobriremos a falta de compromisso com a essência da arte.

Entre as obras de literatura de massa se destacam o romance policial, de aventura, livro de auto-ajuda e o romance paraliterário. Este último caracteriza-se pelo predomínio de enredos que enaltecem ou priorizam a sensualidade, utilizando-se muitas vezes de vocábulos vulgares ou obscenos. Além de se manter um tom piegas e de pouca criatividade.

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